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Amor na Era Digital: Conexões, Superficialidade e a Busca pelo Vínculo Profundo

Amor na Era Digital: Conexões, Superficialidade e a Busca pelo Vínculo Profundo

Tudo pode começar com um simples gesto: Uma curtida numa foto. Uma conversa despretensiosa no direct. A troca de números. “Oi, tudo bem?” “Gostei de você.” “Vamos nos encontrar?” “Quem paga a bebida?” – diz-se, rindo, como se o coração fosse brincadeira.

Assim, nasce uma conexão. Os encontros se multiplicam. O toque da pele, o riso fácil, os olhares longos. E a paixão parece pulsar com força — mesmo que, muitas vezes, apenas na superfície.

Mensagens carinhosas ao amanhecer. Perguntas atenciosas à noite. Declarações rápidas, mas intensas: “Você é diferente.” “Estou gostando de você.” “Quando vamos nos ver de novo?”

Mas, com o tempo, o ritmo muda. As palavras tornam-se escassas. O interesse, incerto. As respostas vêm por educação. E o silêncio começa a dizer mais que as mensagens.

Alguém se apega. O outro simplesmente se retira. Conversa arquivada. Emoções interrompidas. E tudo termina como começou: por uma rede social.

Vivemos a era dos afetos líquidos — como disse Bauman — onde tudo parece descartável, instantâneo e volátil. Mas ainda resta a pergunta: será que o amor verdadeiro ainda é possível?

Como psicoterapeuta de casais, afirmo: sim, é. Amores reais não nascem da pressa, mas da presença. Do compromisso com o crescimento mútuo. Do cuidado com a alma do outro. Do desejo sincero de construir um “mundo a dois” que resista ao tempo e à superficialidade.

O amor maduro ainda existe. Mas exige profundidade, entrega e paciência. E, sobretudo, fidelidade com o outro e fé em Deus.

Dr. Fernando Tadeu

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