Amor Moderno vs. Amor Clássico: A Visão de Bauman e os Gregos Antigos
Share this content:
O filósofo Zygmunt Bauman observou que, na sociedade contemporânea, o que se vê não é um número crescente de pessoas alcançando os mais elevados padrões do amor, mas sim uma tendência a rebaixar esses padrões. Para ele, o amor tornou-se mais líquido, efêmero e condicionado.
Se colocássemos um pensador grego da época de Aristóteles diante de um jovem de hoje para discutir o amor, provavelmente eles teriam dificuldade em se entender. O jovem moderno tenderia a descrever o amor como algo subjetivo, que passa e dura “até quando existir atração“. Essa visão contrasta drasticamente com a dos gregos antigos.
Para um grego, o amor é algo que existe em si mesmo, que não passa, é supremo, transcendente, divino e eterno. A frase popular utilizada hoje para se referir a uma relação sexual – “fazer amor” – não faria sentido algum para um pensador grego. Para eles, o amor não se limita nem se resume ao ato sexual; ele vai muito além, sendo o ato sexual apenas um modo de exercitá-lo.
Na perspectiva clássica, o amor não é algo que se “faz” instantaneamente; ele se constrói a cada dia com sinceridade e atos concretos. Essa distinção ressalta a profundidade do amor na concepção grega, que valorizava a permanência, o compromisso e a dimensão divina em contraste com a fugacidade e superficialidade da compreensão moderna.
Dr. Fernando Tadeu
Fale Conosco!