A Profundidade do Amor: Sacrifício, Perdão e Compromisso Mútuo
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Nenhum amor será tão profundo quanto aquele que se revelou na entrega silenciosa e perseverante: a pessoa que, mesmo ferida, buscou compreender, que dedicou seu tempo a encontrar formas de permanecer ao seu lado; aquela que, em noites de angústia, derramou lágrimas perguntando onde havia falhado, desejando apenas o seu bem.
Esse é o amor que, como nos ensina a tradição cristã, é capaz de perdoar até quando foi ferido, de abdicar de si mesmo, como expressão de uma doação generosa e incondicional. Não se trata de um amor perfeito — pois nenhum humano o é — mas de um amor maduro, que escolhe permanecer, cuidar e lutar pela relação, mesmo quando as circunstâncias são adversas.
A pessoa que renunciou a outros vínculos, que escolheu priorizar você, não o fez por fraqueza, mas por entender que amar exige sacrifício, renúncia e, muitas vezes, a capacidade de humilhar-se, não por submissão, mas por zelo pela relação.
Tal amor é expressão concreta daquilo que, teologicamente, chamamos de caridade: o amor que busca não o próprio interesse, mas o bem do outro (cf. 1Cor 13,5). É aquele que ora silenciosamente, pedindo à vida — ou a Deus — que tudo fique bem com você, mesmo que isso custe lágrimas, espera e silêncio.
Na imaturidade afetiva, muitos acreditam que podem encontrar sentido em ter mil relações, em acumular presenças superficiais. Mas o coração humano não foi feito para a dispersão, e sim para a comunhão profunda. Por isso, como terapeuta, afirmo: o verdadeiro amor não se mede pela quantidade, mas pela qualidade da presença, pela fidelidade e pelo compromisso mútuo.
A pergunta que permanece é: Por que buscar mil presenças, quando havia alguém que, sozinho, valia mais que todas? Alguém que, com todas as limitações humanas, ofereceu o que há de mais precioso: tempo, afeto, perdão e esperança.
Dr. Fernando Tadeu
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